26 junho 2013

um desperdício de dinheiro

O Sr. Anacleto tem 80 anos. Trabalhou toda a vida e conseguiu acumular um pecúlio razoável, tem activos no valor de 5 M€ e cerca de 500.000,00 € numa conta bancária. Infelizmente, acabou de lhe ser diagnosticado um carcinoma da próstata metastático sem sintomas.

Estava a planear investir 350.000,00 € numa quinta que ia deixar à família, mas com este diagnóstico nem sabe o que fazer. Uma neta está grávida e o Sr. Anacleto pode nem chegar a conhecer o seu primeiro bisneto.

Entretanto, um médico amigo falou-lhe de um tratamento imunoterapêutico chamado Provenge que fazem nos EUA, mas que custa US $93,000. Fora as deslocações, estadias no hospital e honorários médicos. O tratamento com Provenge foi aprovado pelo FDA e sabe-se que não cura o carcinoma da próstata, mas pode prolongar a vida em cerca de 4 meses.

O Sr. Anacleto não hesita, faz as malas e ala para os EUA. Desiste da quinta e investe em mais uns mesitos de vida. Quer “brincar algum tempo com o bisneto”...

Na minha opinião, o Sr. Anacleto tomou uma decisão sensata. Utilizou as suas poupanças para desfrutar de mais alguns meses de vida. Para o Prémio Nobel da Medicina Oliver Smithies, porém, o Sr. Anacleto desperdiçou um balúrdio que podia ter sido utilizado para vacinar crianças em África.

São opiniões, eu acho que o Sr. Anacleto deve usufruir dos seus activos como muito bem entender. O meu colega Oliver acha que os recursos alheios devem ser canalizados para satisfazer os seus elevados desígnios humanistas.

‹‹Meu caro Oliver, é fácil fazer caridade com o dinheiro (e a vida) dos outros››.

19 comentários:

jjoyce disse...

o sr. anacleto e o sr jaquim couto decidiram tomar no cú! o dinheiro tráz vícios!

Anónimo disse...

O problema, caro Joaquim, é quando o Provenge é pago pelo SNS.
Para a maioria da malta, se o Sr. Anacleto for o nosso pai ou avô, então pague-se. Mas se for um velhote qualquer, então já começa a parecer uma criança de África...
Cump. jf

Anónimo disse...

Caro jf,

Tem razão.

Anónimo disse...

Curioso, este post. Porque tomei conhecimento do Provenge ontem mesmo, pela TVI, que no dia anterior emitiu uma reportagem sobre tratamentos com células dendríticas e parece ter causado um verdadeiro alarme social...

zazie disse...

Explique-me lá o conceito de investimento.

Este homem tem 80 anos, família e dinheiro.

Diz o Joaquim que ele preferiu investir nele próprio, esse dinheiro, por 4 meses de vida.

Portanto, daqui a 4 meses, como recupera ele e até lucra a família, com esse "investimento"?

zazie disse...

V.s, os neotontos, são mentira.

Só conhecem o "euzinho"

E depois diz que a eternidade é procriar.

Este euzinho quer levar tudo com ele, só pela ganância de 4 meses de vida.

Há gente que devia ser interdita e este é um deles.

Anónimo disse...

Zazie,

Não seja tonta. O Sr. Anacleto tem todo o direito de se tratar. Querer viver mais 4 meses não é ganância nenhuma, é um direito que lhe assiste.

O retorno do investimento é o valor que para ele representam mais 4 meses de vida.

Lembre-se: Todos temos direito à vida.

Anónimo disse...

Hummm Joachim, a decisão do sr. Anacleto ninguém a discute.
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O ponto é outro, como sabe, e não se consubstancia à decisão de cada rico deste mundo. O ponto está precisamente no outro lado da equação. Aqueles que não tem a massa do sr. Anacleto e, ainda assim, gostariam, como qualquer pessoa, viver mais um bocado.
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A este respeito, os financistas, alguns seguidores do demonio bem como quase todos os liberais (passo a redundancia) não admitem como válida (ou rentavel na sua linguagem) a ideia de usar dinheiros públicos para prolongar a vida de outrém. E dão exemplos estaparfudios, nos extremos, de um velhote com 90 anos que só lograria em obter mais 3 meses de vida.
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Ora, eu não sei se são três meses. Ninguém sabe. Só Deus o sabe. Pode ser 3 anos, 10 anos ou até mais um bocadinho, quem sabe. Isso não interessa NADA. Para o velho faz toda a diferença, e isso é que é importante.
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Não é, pois, admissivel colocar situações nos extremos para fazer vincar um ponto. A ideia é simples e básica: eu não gostava que me não tratassem na velhice, aos 90 anos, por isso tambem não defendo para os outros aquilo que não pretendo para mim.
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- Devem ser tratados os velhos, mesmo velhos? DEVEM, claramente.
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Rb

Kruzes Kanhoto disse...

O Anacleto faz o quer com o seu dinheiro. Pode até queimá-lo que não é da nossa conta. Da nossa conta é exigir que o governo faça alguma coisa de jeito com o dinheiro dos impostos que o Anacleto pagou.

Anónimo disse...

Eu acho que faz falta aqui o Mestre, quer me parecer que o Jaquim se anda a esquecer da caridade catolica.

Jesus deve estar neste momento a fazer-te um manguito: Morria por ti mas era o ....

Elaites

Anónimo disse...

Kruzes Kanhoto -que lindo nome- fez uma análise genial. essa é a Verdade.

Assim Seja

zazie disse...

Como é que se sabe que esse dinheiro foi todo ganho por ele numa vida?

Não sabe!

Pode ter sido herdado, em grande parte, e, apenas é dele, por, legalmente, lhe ter ido ter por descendência.

Portanto, existe dinheiro de muitas famílias a que vs. chamam próprio, individual, e sem contar nada para a restante família, por mentira!

Chamam do próprio, por puro jacobinismo e egoísmo.

Por negarem o Colectivo e a Família.

Mas saberem bem aproveitarem-se do que podem receber de um e de outra.

zazie disse...

Quanto ao resto, ao direito a ser tratado, como diria o outro, vá levar aí, onde levam as galinhas.

Quem tem dinheiro não tem problemas de ser ou não ser tratado e ter ou não ter direito a mais uns meses.

Olhe, até vivi recentemente (a semana passada) um caso de um velhota de 98 anos de idade, sozinha, formada, com reforma decente que pagava maquia alta para a Santa Casa e que foi deixada a morrer em casa.

Literalmente.

Fiz denúncia para a polícia.

Estava autónoma, teve macacoa, foi para o hospital; esteve soro.

Mandaram-na para casa e esteve uma semana sem comer, nem beber, nem se mexer e com as putas da assistência a recusarem-se ir lá ver o estado em que estava.

Estiveram a deixá-la morrer.

E foi uma das raparigas que ia lá que já não aguentava e me contou e deu morada e nome.

Denunciei à polícia.

Não sei o que fizeram.

Sei que ontem a puta da assistente social disse à rapariga para ser ela a telefonar para o saúde 24, pois ela ainda podia ter problemas pela velha morrer.

E recusou-se a ser ela a telefonar.

Foram de ambulância buscar a velhota e levaram-na sozinha para o hospital.

Nem um das putas das assistentes sociais deu a cara.

zazie disse...

E, neste caso, nem se tratava de ter ou não ter dinheiro.

A senhora era química, não teve descendência e ficou entregue à bicharada.

Nas mãos das assistentes do Estado.

E nem pagando se apiedaram por ela não beber, nem comer e estar a morrer em casa, sozinha, apesar de lhes pagar a assistência estatal.

zazie disse...

Isto parece mentira e até eu própria tive dúvidas.

Falei com 3 que confirmaram e tenho todos so dados.

A polícia não estranhou minimamente.

Casos destes não vêm nos jornais.

Porque, quem a deixou a morrer foi o médico e as assistentes estatais.

zazie disse...

Depois dizem que é a família e sabem tirar filhos aos pais por dá cá aquela palha com a treta da "negligência".

Só este putedo de médicos e assistentes sociais estão a salvo da negligência.

zazie disse...

Tenho os nomes destas putas e, um dia, quando puder, esta merda há-de ser tornada pública.

Porque até o telemóvel para a saúde 24 teve de ser o da rapariga da higiene- o próprio dela.

Aquelas putas nem telemóvel da Santa Casa da Misericórdia quiseram usar.

E não foram ver, sendo mesmo ao lado da sede onde fazem de chefes.

E saem todos os dias em visitas. Só não visitam quem está em casa, sozinho, deixado a morrer, pelo médico do hospital do Estado.

Porque, na volta, esta merda é função pública, nada tem a ver com assistir socialmente quem precisa.

É cuidar da vidinha e ficar calejado e sem a menor sensibilidade para poder continuar a viver dos males dos outros.

Flávio Gonçalves disse...

O Oliver que vá pedir dinheiro ao Orçamento de Defesa dos EUA.

zazie disse...

Esteve um dia no hospital e mandaram-na de novo para casa.

Não come, nem bebe e nem para acompanhar a morrer existe quem quer que seja.

Venham-me cá com exemplos à americana que mando-os para a puta que os pariu.

Isto é cá. Está a passar-se em Lisboa com uma senhora portuguesa que paga ao Estado para cuidarem dela.